TODOS OS DIAS UM NOVO CONTO

PARA MEDITAR E SENTIR-SE EM PAZ!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008,10:42
O MENINO E O PADRE HUMILDE
Nossa Senhora, com o Menino Jesus nos braços, resolveu descer à Terra e visitar um mosteiro. Origulhosos, todos os padres fizeram uma grande fila, e cada um se apresentava diante da Virgem para prestar a sua homenagem.

Um declamou belos poemas, outro mostrou as suas iluminuras para a Bíblia, um terceiro disse o nome de todos os santos. E assim por diante, monge após monge, cada um homenageou a Nossa Senhora e o Menino Jesus.

No último lugar da fila, havia um padre, os mais humilde do convento, que nunca tinha aprendido os sábios textos da época. Os seus pais eram pessoas simples, que trabalhavam num velho circo das redondezas, e tudo o que lhe tinham ensinado era a atirar bolas para o ar e a fazer alguns malabarismos.

Quando chegou a sua vez, os outros padres quiseram encerrar as homenagens, porque o antigo malabarista não tinha nada de importante para dizer e podia desmoralizar a imagem do convento. Entretanto, no fundo do seu coração, também ele sentia uma imensa necessidade de dar alguma coisa de si a Jesus e à Virgem.

Envergonhado, sentindo o olhar reprovador dos seus irmãos, tirou algumas laranjas do bolso e começou a atirá-las ao ar, fazendo malabarismos, que era a única coisa que sabia fazer.

Foi só nesse instante que o Menino Jesus sorriu, e começou a bater palmas no colo de Nossa Senhora. E foi para esse padre que a Virgem estendeu os braços, deixando que ele segurasse um pouco o menino.

(in O Alquimista de Paulo Coelho)

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008,07:08
O JARDINEIRO E O COCÓ
Era uma vez um cocó.
Um cocozinho feio e mal-cheiroso, deixado no meio do pasto de uma quinta. Coitado do cocó! Desde que aparecera no mundo que tentava conversar com alguém, fazer amigos, mas quem passava por ali não queria saber dele:
- Blargh! Cheira mal! - diziam as crianças.
- Cuidado! Não pisem essa porcaria! - avisavam os adultos.

Um dia, vendo um homem aproximar-se dele pensou: “Mais um que vai gozar comigo”.
No entanto, o homem foi-se aproximando com um sorriso aberto no rosto e quando chegou perto do cócó exclamou:
- Mas que maravilha! Que belo cocó! É exactamente o que eu estou a precisar!

Esse homem era um jardineiro. E usando uma pá, com muito cuidado, levou o cocó para um lindo jardim. Ali, acomodou-o na terra, ao pé de uma roseira.
Alguns dias depois, o cocozinho percebeu, feliz e orgulhoso, que tinha sido graças à sua força que uma magnífica rosa vermelha tinha brotado na roseira.

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008,14:57
O FILÓSOFO E A VERDADE
Um filósofo perguntou a Buddha:
"Sem palavras, sem silêncio, podeis vós revelar-me a Verdade?"

Buddha permaneceu em silêncio.

O filósofo agradeceu profundamente e disse:
"Com a vossa amável generosidade eu esclareci minha Ilusão e penetrei no verdadeiro caminho."

Depois de o filósofo ter partido, Ananda interrogou a Buddha o que é que o filósofo tinha obtido.

Buddha replicou:
"Um bom cavalo corre logo, apenas por ver a sombra do chicote."

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008,08:57
O ESTRANHO SEM MOTIVO
Um dia, enquanto passeavam, três amigos viram um homem sentado no cimo de um pequeno monte. Curiosos sobre o que estaria ali o homem a fazer, foram ao seu encontro.

Quando se aproximaram o primeiro amigo disse:
"Olá, está à espera de alguém?"
"Não..." - respondeu o estranho.

Então, o segundo amigo perguntou:
"Está apenas a respirar o ar puro?"
"Não..." - ripostou o estranho.

Nesse momento o terceiro amigo interviu:
"Já sei! O senhor estava a passar e resolveu ficar mais um pouco a admirar este belo cenário."
"Não..." - repetiu o homem.

Foi aí que os três amigos então exclamaram ao mesmo tempo, estupefatos:
"Mas então, o que faz aqui?!"

O estranho disse com um suave sorriso:
"Apenas ESTOU aqui..."

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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008,14:55
O MUDO E O PAPAGAIO
Um jovem monge perguntou ao mestre Ji-shou:
"Como é que chamamos a uma pessoa que entende uma verdade, mas não pode explicá-la em palavras?"
"Uma pessoa muda comendo mel" - disse o mestre.
"E como chamamos uma pessoa que não entende a verdade, mas fala muito sobre ela?"
"Um papagaio imitando as palavras de uma outra pessoa".

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sábado, 2 de fevereiro de 2008,06:44
O AMBICIOSO E A CARTEIRA
Era uma vez um homem queria ficar rico. Todos os dias ele pedia a Deus que fizesse dele um homem rico.

Num dia de Inverno, ao voltar da oração, avistou, presa no gelo, uma volumosa carteira carregada de dinheiro.

Nesse momento, julgou que o seu desejo tinha sido atendido. No entanto, a carteira resistia aos seus esforços, até que o homem urinou em cima dela a fim de derreter o gelo que a retinha.

E foi então. . .
Que acordou na cama toda molhada. . .

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008,19:52
A BELA MOÇA E A LAMA
Tanzan e Ekido viajavam juntos por uma estrada lamacenta, enquanto uma pesada chuva caía, dificultando a caminhada. Chegandos a uma curva, encontraram uma bela moça vestida com um quimono de seda, incapaz de passar devido à lama.

"Venha, menina!" - disse Tanzan de imediato, ajudando-a a atravessar o lamaçal, carregando-a nos braços.

Ekido não disse nada até regressarem ao Templo. Aí ele não se conteve mais e disse:

"Nós monges não nos aproximamos de mulheres, especialmente das jovens e belas. É perigoso. Porque fizeste aquilo?"

Tanzan respondeu:

"Eu deixei a rapariga lá, tu ainda a estás a carregar?"

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,03:52
O TIGRE E O MORANGO
Certa dia, Buddha contou a um jovem que parecia desesperado:

Há algum tempo atrás, um homem que estava a caminhar pelo campo encontrou um tigre. Assustado, ele começou a correr e o tigre correu atrás dele.

Aproximando-se de um precipício, o homem pegou nas raízes expostas de um arbusto selvagem e pendurou-se, precipitadamente, para baixo. O tigre o farejava-o acima. Tremendo de medo, o homem olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, outro tigre à sua espera. Apenas a raiz do arbusto o sustinha.

Porém, ao olhar para a planta viu dois ratos, um negro e outro branco, que estavam a roer aos poucos a raiz. Nesse momento, os seus olhos descobriram no arbusto um belo morango, ali mesmo ao seu lado. Aí, o homem segurou a raiz só com uma mão, e com a outra pegou no morango e comeu-o.

"Que delícia!" - disse ele.

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